domingo, 3 de janeiro de 2010

O que nao era antes

Acordou sem ar
Era dia de viajar, mas nao queria
E quedou-se duplamente angustiado: Nao queria partir, tampouco o agradava ficar
Queria tao somente nao querer e nisso ser atendido. Ainda que custasse o querer de todos os outros
Que tudo tivesse congelado enquanto dormia, que nao fosse obrigado a decidir e, muito menos, que por ele decidissem
Mas com a mesma facilidade que sacrificaria a vontade dos outros a dele seria, logo mais, sacrificada
Foi quando percebeu que nao tinha escolha. Ainda que nao partisse, nao lhe era permitido ficar.
Se, birrento, se sentasse no chao, encarregaria-se dele o proprio tempo ao mudar, pouco a pouco, tudo o que o cercava
Quisesse ou nao seria transportado dali, ja estava sendo.

Sentiu-se acalentado
Levantou-se, coracao ja mais leve pelo livre-arbitrio roubado
Aprontou-se, arrumou suas coisas e partiu
Era obrigado a viajar, mas o faria com suas proprias pernas
E fez questao de mudar o destino.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Soneto sem virgula

Ter a certeza que o bom espera
Saber não bastar a esperanca
Pensar que o merecedor sempre alcanca
Estando logo junto onde sozinho estivera

Pouco a pouco doma temeroso a besta fera
Pois sentimentos nem todo peito guarda
Lembrais disso enquanto dolorido aguarda
Pensais nisso quando desesperado espera

Não te esqueca porem
De mais que amores nascem os contos
E herois por si so não fazem lendas

Observa e quem sabe entao aprenda
Fazer ser tu que dentre outros tantos
Deixar que teu todo entao entenda