domingo, 3 de janeiro de 2010

O que nao era antes

Acordou sem ar
Era dia de viajar, mas nao queria
E quedou-se duplamente angustiado: Nao queria partir, tampouco o agradava ficar
Queria tao somente nao querer e nisso ser atendido. Ainda que custasse o querer de todos os outros
Que tudo tivesse congelado enquanto dormia, que nao fosse obrigado a decidir e, muito menos, que por ele decidissem
Mas com a mesma facilidade que sacrificaria a vontade dos outros a dele seria, logo mais, sacrificada
Foi quando percebeu que nao tinha escolha. Ainda que nao partisse, nao lhe era permitido ficar.
Se, birrento, se sentasse no chao, encarregaria-se dele o proprio tempo ao mudar, pouco a pouco, tudo o que o cercava
Quisesse ou nao seria transportado dali, ja estava sendo.

Sentiu-se acalentado
Levantou-se, coracao ja mais leve pelo livre-arbitrio roubado
Aprontou-se, arrumou suas coisas e partiu
Era obrigado a viajar, mas o faria com suas proprias pernas
E fez questao de mudar o destino.

Um comentário:

  1. Às vezes as opções sao tao limitadas - uma coisa ou outra - e as pessoas preferem que aquilo nao surgisse..é tao sufocante

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