quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Minhas possibilidades são infinitas, mas o são dentro de um segmento que diminui a cada segundo. Assim, não há nada que eu não possa ser que eu possa ser e vice-versa. Tenho escolhas limitadas pelo acaso, pelo tempo e por suas antecessoras. Por ser homem não posso ser mulher, com dezenove anos não posso ter dez e acordado às três da manhã não posso ter ido dormir às nove da noite. Qualquer outra combinação, não seria eu.


Não poder ter outro primeiro amor é o que me faz poder ter um, pra começo de conversa. A identidade das coisas está no não ser, e o ser é a sobra de tudo que não se é. E é por isso que cada uma das minhas escolhas vale um infinito, que foi o que eu troquei por elas.

2 comentários:

  1. Escolhas, possibilidade, ser... o que mais atormentaria alguém se não fosse sua própria capacidade de raciocinar sobre isso? Imagina só agir sobre tudo. Ter escolhas limitadas é até bom, que nos dá um pouco mais de sanidade.

    A última frase é a essência de todo o post, que, realmente, ficou muito bom.

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