Acordou sem ar
Era dia de viajar, mas nao queria
E quedou-se duplamente angustiado: Nao queria partir, tampouco o agradava ficar
Queria tao somente nao querer e nisso ser atendido. Ainda que custasse o querer de todos os outros
Que tudo tivesse congelado enquanto dormia, que nao fosse obrigado a decidir e, muito menos, que por ele decidissem
Mas com a mesma facilidade que sacrificaria a vontade dos outros a dele seria, logo mais, sacrificada
Foi quando percebeu que nao tinha escolha. Ainda que nao partisse, nao lhe era permitido ficar.
Se, birrento, se sentasse no chao, encarregaria-se dele o proprio tempo ao mudar, pouco a pouco, tudo o que o cercava
Quisesse ou nao seria transportado dali, ja estava sendo.
Sentiu-se acalentado
Levantou-se, coracao ja mais leve pelo livre-arbitrio roubado
Aprontou-se, arrumou suas coisas e partiu
Era obrigado a viajar, mas o faria com suas proprias pernas
E fez questao de mudar o destino.
domingo, 3 de janeiro de 2010
sexta-feira, 1 de janeiro de 2010
Soneto sem virgula
Ter a certeza que o bom espera
Saber não bastar a esperanca
Pensar que o merecedor sempre alcanca
Estando logo junto onde sozinho estivera
Pouco a pouco doma temeroso a besta fera
Pois sentimentos nem todo peito guarda
Lembrais disso enquanto dolorido aguarda
Pensais nisso quando desesperado espera
Não te esqueca porem
De mais que amores nascem os contos
E herois por si so não fazem lendas
Observa e quem sabe entao aprenda
Fazer ser tu que dentre outros tantos
Deixar que teu todo entao entenda
Saber não bastar a esperanca
Pensar que o merecedor sempre alcanca
Estando logo junto onde sozinho estivera
Pouco a pouco doma temeroso a besta fera
Pois sentimentos nem todo peito guarda
Lembrais disso enquanto dolorido aguarda
Pensais nisso quando desesperado espera
Não te esqueca porem
De mais que amores nascem os contos
E herois por si so não fazem lendas
Observa e quem sabe entao aprenda
Fazer ser tu que dentre outros tantos
Deixar que teu todo entao entenda
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Os que dormem e não sonham, o que querem?
E se querem, por que nao sonham?
Se não sonham, pra que vivem?
Mas quem disse que dormem?
Ainda que deitem, olhos fechados
Voltam cansados, nao dormiram
Voltam tristes
Querem nao querer mais nada,
então apagam
A mesma vida
Que no contraste com os sonhos
Se torna concreta
É negada na falta deles
E se querem, por que nao sonham?
Se não sonham, pra que vivem?
Mas quem disse que dormem?
Ainda que deitem, olhos fechados
Voltam cansados, nao dormiram
Voltam tristes
Querem nao querer mais nada,
então apagam
A mesma vida
Que no contraste com os sonhos
Se torna concreta
É negada na falta deles
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Pra Bela ficar feliz
Sentados, lado a lado, dois amantes
Cuja propria condicao ignoravam
Sentados, lado a lado, se encontravam
E, assim, se quedariam alguns instantes.
Quando. notando resistencia persistente
(nenhum ousaria abrir-se antes)
Delegaram as maos, ainda que relutantes
Que dos assuntos do amor tomassem frente
Sentados, mas agora maos se davam
Lado a lado, ignoravam novamente
O infinito que um dar de maos mudava
o infinito, agora ignoravam
Pois perdidos nas maos que se encontravam
Amavam, lado a lado, simplesmente.
Cuja propria condicao ignoravam
Sentados, lado a lado, se encontravam
E, assim, se quedariam alguns instantes.
Quando. notando resistencia persistente
(nenhum ousaria abrir-se antes)
Delegaram as maos, ainda que relutantes
Que dos assuntos do amor tomassem frente
Sentados, mas agora maos se davam
Lado a lado, ignoravam novamente
O infinito que um dar de maos mudava
o infinito, agora ignoravam
Pois perdidos nas maos que se encontravam
Amavam, lado a lado, simplesmente.
domingo, 20 de setembro de 2009
domingo, 23 de agosto de 2009
Suspeite das mãos que se dão. Não há entrega que a do vazio, embrulhado ou não em promessas.
Tema dedos entrelaçados, enganam-se. Ao ver-los, tambem desejará ser enganado.
Observe o ridículo de dar-se as mãos. Essa ideia de um núcleo feito de extremos, mas cercado de nada. Aprenda como mesmo quando unidos criamos centros que se isolam ao fingirem aproximar.
Procure, nas mãos dadas, o abraço. Quando não acha-lo, procure o por quê. Ao não sabê-lo pergunte-se pra quê, então, as mãos que se dão. Encontrará apenas a razão da suspeita. Dar mãos é o jeito complicado de não dar nada.
Tema dedos entrelaçados, enganam-se. Ao ver-los, tambem desejará ser enganado.
Observe o ridículo de dar-se as mãos. Essa ideia de um núcleo feito de extremos, mas cercado de nada. Aprenda como mesmo quando unidos criamos centros que se isolam ao fingirem aproximar.
Procure, nas mãos dadas, o abraço. Quando não acha-lo, procure o por quê. Ao não sabê-lo pergunte-se pra quê, então, as mãos que se dão. Encontrará apenas a razão da suspeita. Dar mãos é o jeito complicado de não dar nada.
quinta-feira, 6 de agosto de 2009
Minhas possibilidades são infinitas, mas o são dentro de um segmento que diminui a cada segundo. Assim, não há nada que eu não possa ser que eu possa ser e vice-versa. Tenho escolhas limitadas pelo acaso, pelo tempo e por suas antecessoras. Por ser homem não posso ser mulher, com dezenove anos não posso ter dez e acordado às três da manhã não posso ter ido dormir às nove da noite. Qualquer outra combinação, não seria eu.
Não poder ter outro primeiro amor é o que me faz poder ter um, pra começo de conversa. A identidade das coisas está no não ser, e o ser é a sobra de tudo que não se é. E é por isso que cada uma das minhas escolhas vale um infinito, que foi o que eu troquei por elas.
Não poder ter outro primeiro amor é o que me faz poder ter um, pra começo de conversa. A identidade das coisas está no não ser, e o ser é a sobra de tudo que não se é. E é por isso que cada uma das minhas escolhas vale um infinito, que foi o que eu troquei por elas.
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